Capítulo 2: O noivado foi decidido

Capítulo 2: O noivado foi decidido

Tradução Brasileira: Samoro

Tradução Original: Reino de Kovel

Edição: Samoro

Ouvi as circunstâncias de Anne quando me acalmei. Quero dizer, ela disse que me pedir na reunião com o Príncipe. 

Parece que o Príncipe Geordo se sentiu profundamente responsável por causar o incidente que deixou uma cicatriz permanente em meu rosto. De tal maneira, sentia que tinha que assumir a responsabilidade. 

Quero dizer, tomar a responsabilidade = casar-se comigo. 

Oh céus, o príncipe tem apenas oito anos. Embora esteja pronto... 

Embora esteja pensando como residente de outro mundo, sei que neste mundo não é necessário acelerar as coisas obrigatoriamente. Também tenho oito anos de lembranças nesta nova vida. 

Faz meio ano, o casamento do irmão mais velho de Geordo foi anunciado, e tinha apenas dez anos. 

Meu "eu" deste mundo, Catarina Claes, não tem problemas em casar-se com alguém da Família 

Real, devido a minha linhagem. 

Ao comprometer-me com um príncipe tão angelical, quem sabe, talvez, transformo-me na rainha... 

É um sonho que vira realidade para a filha de qualquer nobre. 

Quando meus pais descobriram isso, ficaram muito felizes. 

Enquanto a mim... Sinceramente, só posso pensar que é extremamente chato. 

Quero dizer, a pesar de que não gosto da ideia de fazer minha apresentação para a alta 

sociedade... Simplesmente não posso evitar. 

De todas as coisas que poderiam acontecer, assumir compromisso com um príncipe e transforma-me em algo como candidata a rainha... É muito inesperado... 

Ahh, agora quero rejeitá-lo... Mas não posso dizer com alegria para a minha família e aos criados, algo como "realmente não quero..." 

... Uhh. Isso é muito deprimente. 

De qualquer forma, para que o Príncipe Geordo se sinta culpado por um pequeno machucado tão trivial como este ao ponto de considera casar-se comigo, sendo que sou completamente responsável por ele... 

Olhei-me em um pequeno espelho de mão e suspirei de novo. O espelho refletia a cara de uma menina deprimida. Minha cicatriz na testa parece que está quase flutuando. 

Em comparação com a cara de que tinha em minha vida anterior, que era como a de um cão-guaxinim*, está uma beleza. Porém, meus olhos azuis davam uma sensação um tanto intensa... 

Falando francamente, deixavam uma forte impressão. 

Se sorrio e levanto mais lábios finos ligeiramente, o que se vê é a imagem exata de uma "vilã". Mas por dentro uma garota otaku. Por isso, não creio que seja um bom partido para o charmoso e inteligente Príncipe Geordo. 

Suspirei pela enésima vez. 

★★★ 

Apesar de que meus pais ainda querem falar de muitas coisas, estavam extremamente inquietos. 

Parecia muito incômodo, assim que eles disseram que ainda precisava descansar para poder recuperar-me, saíram em um instante. 

A cama em que eu estava era mil vezes melhor do que a tinha em minha vida anterior. 

Honestamente falando, depois de ficar cinco dias com febre e com a visita do Príncipe, não tive muito tempo para pensar claramente em minha vida anterior. 

Agora que estou pensando nisso. 

Nasci como a terceira filha de um assalariado e de uma dona de casa com tempo parcial. Como era a única filha, creio que cresci muito mimada. Passei meus anos de ensino fundamental perseguindo meus irmãos nas montanhas. Quando entrei para o ensino médio fiz meus primeiros amigos otakus e quando me dei conta já era uma otaku. Passava meus dias comprando anime, mangá, doujinshi, DVD e jogos. E pela recomendação de uma das minhas amigas, comecei a jogar os otome games**. 

Ahh, isso me faz lembrar, que nem pude terminar o jogo que não pude terminar o jogo que acabava de comprar quando minha vida findou... 

O jogo tinha um estilo medieval europeu, como plano de fundo para a escola de magia. 

Fiquei viciada. 

Na escola, na hora de comer e na hora do banho, passava o tempo todo jogando. 

Essa noite havia tratado seriamente de chegar ao final feliz com o sádico e malvado Príncipe. 

Guardava e carregava novas rotas em várias ocasiões... Porém, não ia bem... E antes que me desse conta o sol havia saído... 

Ahh... Por que estava tão emocionada? Se eu tivesse ido pro meu quarto mais cedo, talvez tivesse terminado... 

Não adianta chorar pelo leite derramado, é o ditado mais exato. 

De uma forma ou de outra, na manhã em que acordei com um sorriso do Príncipe do jogo. À primeira vista parecia encantador, típico dos contos de fadas, mas no plano de fundo era uma pessoa má e sádica. 

Sendo que podia fazer tudo perfeito, passou seus dias aborrecido, sem se importar com quem estava. 

Mas em sua frente apareceu uma heroina sem precedentes, cheia de vida e alegria que arrebatou seu aborrecimento. Começou a ter interesse, que gradualmente transformou-se em amor. Era uma história assim. 

Dado que este Príncipe tinha uma personalidade um tanto pervertida, ele não foi capaz de aumentar sua popularidade. Além do mais, o personagem rival de sua rota era muito irritante. 

Ela era filha de um duque, que havia se comprometido com ele em uma idade bem nova. Devido à cicatriz que o Príncipe causou em sua infância, ela o considerava seu e intimidava a heroina, tratando de romper a relação que tinham. 

Mas a cicatriz havia desaparecido. E o malvado príncipe já havia notado, mas não disse nada com o fim de proteger-se das outras nobres. Porém, a verdade torna-se cada vez mais evidente. 

De todas as formas, esta vilã fez muitas coisas terríveis para destruir a heroina. Cara, era muito irritante. 

... 

... Espera. Parece que ouvi esta história em algum lugar antes... 

Por culpa do Príncipe, se comprometeu em sua infância por causa de uma cicatriz, que ele... 

O nome do príncipe mega sádico do jogo era... Geordo... 

Além disso, o nome da vila era, err... A filha do duque, Catarina Claes!? 

Corri ao levantar-me da cama e me vi de novo no espelho. 

O rosto que vi era o rosto afilado da vilã. Suponho que esta é a cara do mal... Algo como isto... Tal coisa. 

— Só pode tá brincando! 

Um grito ressoou por toda a mansão. 

Como tal, a senhorita teve que ser examinada de novo pelo médico... E as três empregadas voltaram a fofocar. 

*cão-guaxinim: também conhecido como tanuki, é um canídeo com a pelagem semelhante a de um guaxinim. No folclore japonês, é conhecido por usar um chapéu de palha, ter testículos grandes, e gostar de enganar os humanos para conseguir sakê.

**otome-game: são jogos voltados para o público feminino em que a jogadora escolhe uma rota com o pretendente escolhido. Dependendo de suas escolhas, o final pode ser bom ou ruim.


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